quinta-feira, 5 de maio de 2011

Incertezas

Mais abaixo, um artigo de opinião que fiz uma semana antes do arranque do CAN, que o nosso país albergou, em Janeiro de 2010. Foi fixe saber que a análise foi, quase, o que aconteceu durante a prova.  Perfeitinho!

Opinião
Incertezas, a dias do CAN

Incertezas! É o cenário que vivemos a 30 dias do CAN, a «nossa» competição que se sonha “exemplar”, cuja realidade mostra tratar-se mesmo de um sonho, um sonho que começa estar em dúvidas de se concretizar face às «gotas amargas” que vão transbordando na sua organização.
São gotas que caem de um «recipiente de informação» controlado por um grupo restrito de pessoas, que não respeitam a ansiedade de um universo de mais de 12 milhões de habitantes que, também, têm o direito, ainda que reduzido, de estarem informados sobre o andamento das coisas, mesmo que pareçam não estar a andar.
Vivemos na incerteza! Na incerteza do sucesso na segurança das pessoas, não nós os “inseguros”, mas aqueles que virão para estenderem o seu olhar para o outro lado do CAN.
Há incerteza na saúde, com as pessoas a morrem à porta dos hospitais e as clínicas, apesar do elevado custo que cobram, desvendarem, nos últimos anos, insuficiências no que toca à assistência médica (recorde-se, por exemplo, o caso do malogrado Jorge Macedo).
Vivemos na incerteza da nossa capacidade de hospedagem ante a um número considerável de visitantes, repartidos entre as caravanas desportiva, política, turistas e outros interessados. É preocupante sabermos que, mesmo sem eles, os lugares nos poucos hotéis que existem são procurados como ouro.
As incertezas não param. À porta o CAN, os ingressos andam desaparecidos. Ou melhor nunca existiram. E quando existirem, espera-se que encontrem um engarrafamento de pessoas que há muito os aguardam.
Vivemos na incerteza de como as pessoas «alheias» vão chegar aos estádios, com o nosso sistema de transporte débil - o aéreo marcado por constantes adiamentos dos voos, o ferroviário existindo aos “miúdos”.
No rodoviário, olha-se com esperança nos autocarros, aqueles mesmo que vemos nas nossas engarrafadas e esburacadas estradas quase sempre avariados.
Nem mesmo aqueles que nos poderão fazer esquecer todas essas eventuais falhas - os Palancas Negras – fogem às nossas incertezas, com uma preparação que tem mostrado ainda não estarem preparados para chegar «longe« no CAN.
Aumentam ainda mais as nossas incertezas ao sabermos que há um «contra-senso» quanto à massa «gorda» exigida pelos jogadores, que, embora anteciparam a discussão, ainda não se sabe quem vai ao CAN. Eles temem, fundamentalmente, represália caso não consigam sucesso no CAN. Em palavras miúdas, eles começam já a antever fracasso: é uma incerteza.
As nossas incertezas viagem no tempo, para questionar sobre o futuro dos nossos novos estádios, após o CAN. Justifica-se que não haverá jogos nos estádios para não «ferir» a relva, sinal que não há capacidade para as recuperar.
São muitas as incertezas.

Victória Maviluka


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